segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Conteúdo 2º ano

PLANO DE ENSINO


DISCIPLINA: Educação Física

CURSO : Enfermagem e Redes de computadores

SÉRIE: 2ºano A e 2º ano B

ANO LETIVO: 2012

PROFESSOR(A): Emanuely Barroso Magno

CARGA HORÁRIA: 40 hs


I - OBJETIVOS
1. Geral:
 Reconhecer a importância das modalidades para deficientes físicos e os efeitos positivos do esporte escolar para estes estudantes, como forma de contribuição no processo de aprendizagem, inclusão e valorização dos alunos.Compreender o futsal e o voleibol como atividades esportivas de grande valor cultural, onde sua prática deve ser realizada de modo consciente e crítico do ponto de vista social.


 Compreender o corpo como um organismo integrado e não como um amontoado de “partes” e “aparelhos”, como um corpo vivo, que interage com o meio físico e cultural, que sente dor, prazer, alegria, medo, etc.Compreender o handebol como atividade esportiva de grande valor cultural, onde sua prática deve ser realizada de modo consciente e crítico do ponto de vista social. Apresentar noções de reeducação postural.Apresentar noções de primeiros socorros e nutrição como elementos importantes para o bem individual e coletivo.Organização dos jogos interclasses.
2. Específicos:
1. Adquirir informações e vivenciar atividades adaptadas e técnicas alternativas de trabalhos dentro do contexto, teórico e prático.
2. Conhecer a história do futsal, os conceitos, os termos do jogo e suas regras;
3. Demonstrar domínio da técnica e dos fundamentos do futsal;
4. Dominar com segurança a dinâmica dos fundamentos táticos do futsal;
5. Compreender o funcionamento do organismo humano de forma a reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizando-as como recurso para melhoria de suas aptidões físicas;
6. Conhecer a história do voleibol, os conceitos, os termos do jogo e suas regras;
7. Demonstrar domínio da técnica e dos fundamentos do voleibol;
8. Dominar com segurança a dinâmica dos fundamentos táticos do voleibol;
9. Conhecer e compreender a importância da nutrição no cotidiano da sociedade.
10. Conhecer a história do handebol, os conceitos, os termos do jogo e suas regras;
11. Demonstrar domínio da técnica e dos fundamentos do handebol;
12. Dominar com segurança a dinâmica dos fundamentos táticos do handebol;
13. Aplicar noções básicas de organização esportiva.


II-CONTEÚDO PROGRAMÁTICO E DIMENSIONAMENTO DOS PERÍODOS
1º PERÍODO
ATIVIDADES ESPORTIVAS ADAPTADAS.
 Atividades esportivas aplicadas a portadores de deficiência;
 Espaços esportivos para portadores de deficiência;
 Cuidados especiais com a saúde de portadores de deficiência.
FUTSAL
 Histórico;
 Regras;
 Fundamentos técnicos: passe, condução, domínio, drible, chute, finta;
 Fundamentos táticos: sistema de jogo, ações defensivas, ações ofensivas.
2º PERÍODO
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA APLICADA ÀS MANIFESTAÇÕES DA CULTURA CORPORAL.
 Funcionamento do organismo humano nas diversas manifestações.
VOLEIBOL
 Histórico;
 Regras;
 Fundamentos técnicos: levantamento, recepção, saque, cortada, bloqueio;
 Fundamentos Táticos: Posição em quadra, rodízio.

3º PERÍODO
NUTRIÇÃO APLICADA ÀS MANIFESTAÇÕES DA CULTURA CORPORAL.
 Importância da nutrição no cotidiano da sociedade (Desnutrição, subnutrição e nutrição);
 Tipos de nutrientes;
 Tipos de obesidade;
 Distúrbios alimentares (Bulimia, anorexia, comedores compulsivos).
POSTURA CORPORAL
 Projeto Orientação Postural;
 Estudo simplificado da ideal posição corporal.
HANDEBOL
 Histórico;
 Regras;
 Fundamentos técnicos: passes, drible, arremessos, finta, interceptação;
 Fundamentos táticos: sistemas defensivos e ofensivos.

4º PERÍODO
BASES DE TREINAMENTO DESPORTIVO.
 Princípios científicos da atividade física (sobrecarga, adaptação, especificidade, continuidade, individualidade biológica, volume-intensidade).
EVENTOS ESPORTIVOS
 Encontros esportivos, folclóricos e sociais;
 Organização de eventos esportivos e culturais.
III – METODOLOGIA DE TRABALHO
Aulas expositivas, leitura compartilhada de textos referentes ao conteúdo, slides sobre o conteúdo abordado, explanação e discussão do conteúdo, resolução e correção de exercícios, atividades em grupo e individual, pesquisa no laboratório de informática, atividades lúdicas, exercícios de alongamento e aquecimento, introdução à prática esportiva , atividades e projetos direcionados a área de enfermagem.
IV – RECURSOS DIDÁTICOS
Apostila Primeiro, aprender, quadra, quadro branco, apito, bolas, auditório, centro de multimeios, computadores do laboratório de informática, internet, caneta, caderno, alunos, professora, regentes do centro de multimeios e do LEI.
V – INSTRUMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
 Enfrentar desafios corporais em diferentes contextos como jogos, danças, luta;
 Participação nas atividades respeitando as regras e a organização;
 Interação com os colegas, sem estigmatizar ou discriminar;
 Avaliação prática e escrita.
VI – BIBLIOGRAFIA
BETTI, I.C.R. O prazer em aulas de educação física. A perspectiva discente;
DARIDO, Suraya Cristina. Educação Física no ensino médio. Reflexões e ações;
MATTOS, Mauro Gomes de. Educação Física na adolescência. Editora Porte;
MARQUES, Wlamir. Basquetebol. Brasília. MEC/SEED.


1ºPERÍODO
ESPORTE PARAOLÍMPICO
Os primeiros eventos competitivos voltados para pessoas com deficiência surgiram na Inglaterra e nos Estados Unidos, logo após a Segunda Guerra Mundial,muito em função de inúmeros ex-combatentes terem perdido membros ou a audição enquanto lutavam.

Os primeiros jogos foram realizados em Stoke Mandeville, onde localizava-se um importante hospital e o Centro Nacional de Lesionados Medulares, em 1948. O Centro foi criado pelo governo inglês com a ajuda do neurologista Ludwig Guttmann para tratar os soldados feridos na guerra. Para tanto, os médicos adotaram o esporte como parte da reabilitação médica. Essa não era uma prática muito comum naquela época. Embora já acontecessem algumas promoções esportivas para portadores de deficiência, os Jogos de 1948 foram considerados um marco na história do esporte paraolímpico e ficaram mundialmente conhecidos como os Jogos de Stoke Mandeville, que reuniram 16 atletas, todos veteranos de guerra.

A realização dos Jogos de Stoke Mandeville, “coincidiu” com os Jogos Olímpicos de Londres, deixando claro, desde o início, o desejo do médico Ludwig Guttmann da criação de uma Olimpíada para os portadores de deficiência. O sucesso do método implantado pelo neurologista com seus pacientes foi tão grande que, pouco a pouco, médicos do mundo inteiro passaram a usar o esporte também como uma nova forma de reabilitar seus pacientes.

E já que pessoas portadores de deficiência de outros lugares, além da Inglaterra, estavam praticando esporte, nada melhor do que organizar uma nova competição. E foi assim que, em 1952, foram realizados os Jogos Internacionais de Mandeville, que reuniram nada menos do que 130 atletas ingleses e holandeses.

O sonho de Guttmann, porém, concretizou-se mesmo em 1960, com a realização dos Jogos Paraolímpicos de Roma, evento considerado pelo Comitê Paraolímpico Internacional, como o primeiro grande evento. Os Jogos Paraolímpicos de Roma, chamados de Olimpíadas dos Portadores de Deficiência, reuniram 400 atletas, de 23 países, porém, todos cadeirantes. A competição teve todo o apoio dos dirigentes mundiais e desde então, os Jogos Paraolímpicos passaram a ser realizados nas mesmas cidades e nas mesmas instalações dos Jogos Olímpicos.

“Guttmann está para os Jogos Paraolímpicos assim como Coubertin está para os Jogos Olímpicos da Era Moderna.”

Desde então, o número de atetas e modalidades disputadas não parou mais de crescer. De 400 atletas e 23 países participantes nos Jogos de 1960, fomos para 4 mil atletas e 143 países nos Jogos de Atenas, em 2004. Além do aumento incrível no número de atletas, muita coisa evoluiu no esporte para deficientes de lá para cá. O esporte para pessoas com necessidades especiais deixou de ser amador e passou a ser a atividade profissional dos atletas que passaram a buscar o alto rendimento nas competições.

Quando não coincidiu...

Desde 1960, os Jogos Paraolímpicos são disputados na mesma cidade e utiliza as mesmas instalações dos Jogos Olímpicos. Isso não ocorreu apenas em quatro ocasiões.

Em 1968, os Jogos Olímpicos foram disputados na Cidade do México enquanto que os Jogos Paraolímpicos aconteceram em Tel Aviv. Em 1972, apesar das duas competições acontecerem no mesmo país, a Alemanha, elas foram realizadas em cidades diferentes: Munique – Jogos Olímpicos, e Heidelberg – Jogos Paraolímpicos.

Em 1980, os Jogos Olímpicos foram disputados em Moscou enquanto que os Paraolímpicos aconteceram em Arnhem, na Holanda. E, em 1984, foram realizados dois Jogos Paraolímpicos, em Nova Iorque e Stoke Mandeville, enquanto que os Jogos Olímpicos foram disputados em Los Angeles.

A tecnologia também passou a ser um ingrediente indispensável. Se em 1960 apenas cadeirantes puderam participar dos Jogos, hoje praticamente as pessoas com os mais diversos tipos de necessidades especiais podem participar, desde que atinjam seus índices (e que índices!) nas 20 modalidades disputadas. Se as cadeiras de rodas de 1960 eram de madeira, hoje elas são de fibra de carbono e alumínio. Confira abaixo um breve resumo de cada uma das edições dos Jogos Paraolímpicos.

Jogos Paraolímpicos

1960 - Roma 400 atletas, apenas cadeirantes
1964 - Tóquio inclusão da corrida para homens e mulheres em cadeiras de rodas nos 60 m
1968 - Tel Avi intensa cobertura da mídia e quebra de 20 recordes mundiais
1972 – Heidelberg primeira participação dos brasileiros
1976 – Toronto jogos transmitidos ao vivo
1980 – Arnhem paralisados cerebrais disputaram pela primeira vez os Jogos Olímpicos
1984 – Nova Iorque e Stoke Mandeville participação de 1.700 atletas de 45 países
1988 – Seul marcou a história em função do avanço na tecnologia e profissionalização dos 3 mil atletas
1992 – Barcelona inclusão do tênis em cadeira de rodas em caráter competitivo e não mais demonstrativo; quebra de 280 recordes mundiais
1996 – Atlanta primeira participação de atletas deficientes mentais em caráter competitivo
2000 – Sidney os Jogos foram tão bem estruturados que a Paraolimpíada passou a ser o segundo maior evento esportivo do mundo
2004 – Atenas organizado pela primeira vez pelo mesmo comitê organizador dos Jogos Olímpicos; disputado por quatro mil atletas; 19 modalidades
 

 ATLETISMO

Participam atletas com deficiência física e visual, em provas masculinas e femininas. As provas têm especificidades de acordo com a deficiência dos competidores e se dividem em corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Nas provas de pista (corridas), dependendo do grau de deficiência visual do atleta, ele pode ser acompanhado por um atleta-guia (que corre junto ao atleta ligado por uma cordinha. Ele tem a função de direcionar o atleta na pista, mas não devem puxá-lo, sob pena de desclassificação). As competições seguem as regras da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com algumas modificações que possibilitam ao atleta competir (uso de próteses, cadeira de rodas ou ser acompanhado por um guia), no entanto sem dar-lhes vantagem em relação aos seus adversários.

Classificação funcional

Consiste em uma categorização que o atleta recebe em função de seu volume de ação, ou seja, a capacidade de realizar movimentos, colocando em evidencia as potencialidades dos resíduos musculares, de seqüelas de algum tipo de deficiência, bem como os músculos que não foram lesados. Essa avaliação é feita através de teste de força muscular, teste de coordenação (realizado geralmente para atletas com paralisia cerebral e desordem neuromotoras) e teste funcional (demonstração técnica do esporte realizado pelo atleta). Os classificadores analisam o desempenho do atleta considerando os resultados obtidos nos testes.

Para provas de campo – arremesso, lançamentos e saltos
F – Field (campo)
F11 a F13 – deficientes visuais
F20 – deficientes mentais
F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes)
F40 - anões
F41 a F46 – amputados e Les autres
F51 a F58 – Competem em cadeiras (seqüelas de Polimielite, lesões medulares e amputações)

Para provas de pista – corridas de velocidade e fundo

T – track (pista)
T11 a T13 – deficientes visuais
T20 – deficientes mentais
T31 a T38 – paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes)
T41 a T46 – amputados e les autres
T51 a T54 – Competem em cadeiras (seqüelas de Polimielite, lesões medulares e amputações)
OBS: As classificações são as mesmas para ambos os sexos. Entretanto, os pesos dos implementos utilizados no arremesso de peso e nos dois tipos de lançamento (dardo e disco) são de acordo com a classe de cada atleta.

Histórico

Desde a Paraolimpíada de Roma, em 1960, o atletismo faz parte do programa paraolímpico oficial. Homens e mulheres sempre competiram em grande número. Por costumar ser disputado nos principais estádios dos Jogos Paraolímpicos, este esporte é um dos que mais atraem público. Outro motivo deste sucesso é o fato de a modalidade ter provas tradicionais como a maratona e os 100m rasos, dentre outras.

O atletismo trouxe nada menos que 60 das 106 medalhas paraolímpicas nacionais (56%). As primeiras vieram em 1984, tanto em Nova Iorque quanto em Stoke Mandeville, Inglaterra. Nos Estados Unidos foram conquistadas seis medalhas: um ouro, três pratas e dois bronzes. Na cidade inglesa, o Brasil obteve cinco medalhas de ouro, nove de prata e uma de bronze. Em Seul-88, mais três ouros, oito pratas e quatro bronzes entraram nesta vitoriosa caminhada. Na Paraolimpíada de Barcelona, em 92, os competidores trouxeram três ouros e um bronze. O lugar mais alto do pódio não veio em Atlanta-96. O País obteve cinco medalhas de prata e seis de bronze. Em Sydney-2000, quatro ouros, quatro pratas e um bronze coroaram a campanha do atletismo brasileiro.


 BASQUETE
 
Uma das modalidades mais conhecidas no mundo, o basquetebol em cadeira de rodas é praticado por atletas de ambos os sexos, que tenham alguma deficiência físico-motora, sob as regras adaptadas da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). A principal diferença está na composição das equipes. As cadeiras são especiais com adaptações e medidas padrões que são previstas na regra. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a bola. As dimensões da quadra e altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico.

Classificação funcional

Cada atleta é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor e a escala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objetivo de facilitar a classificação e participação daqueles atletas que apresentam qualidades de uma e outra classe distinta, os chamados casos limítrofes, foram criadas quatro classes intermediárias: 1,5; 2,5; 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de quanto maior a deficiência, menor a classe.

Histórico

Já em 1945, quando o esporte paraolímpico dava seus primeiros passos, o basquete em cadeira de rodas começou a ser praticado nos Estados Unidos. Os jogadores eram, basicamente, ex-soldados do exército estadunidense, feridos durante a 2ª Guerra Mundial. A modalidade é uma das mais tradicionais. Prova disso é que esteve presente em todas as edições dos Jogos Paraolímpicos. Também é um dos esportes que mais atraem público. Em Barcelona-92, por exemplo, milhares de pessoas ficaram de fora do ginásio onde era disputada a final. As mulheres vieram a disputar sua primeira Paraolimpíada apenas em Tel Aviv-68.

O basquete em cadeira de rodas foi a primeira modalidade paraolímpica a ser praticada no Brasil. Sua introdução no País começou em 1957, mas só foi concretizada no ano seguinte. Sérgio Seraphin Del Grande é um dos principais responsáveis por estes primeiros passos Foi neste ano que o time Pan Am Jets, dos Estados Unidos, em jogos de exibição, lotou ginásios no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nada menos que 15 mil e 25 mil espectadores, respectivamente, prestigiaram os Jets. No ano seguinte, foram criadas as primeiras entidades paraolímpicas do Brasil no Eixo Rio-São Paulo.

Outro importante ano para a modalidade foi 1978, quando a Cidade Maravilhosa sediou os VI Jogos Pan-Americanos (apenas atletas cadeirantes participaram). Dois anos depois, na Paraolimpíada de Arnhem, o País foi representado no esporte. Em 1994, o Rio de Janeiro recebeu a I Copa Sul-americana, torneio no qual o Brasil perdeu para a Argentina. Os II Jogos Parapan-americanos, em Mar Del Plata, 2003, marcaram a primeira vez que a seleção nacional conseguiu, em quadra, uma vaga para os Jogos Paraolímpicos – no caso, Atenas-2004. Este feito comprovou a evolução pela qual passa o basquete em cadeira de rodas brasileiro, que disputa de igual para igual com qualquer equipe do planeta.

                                                                                  BOCHA
 



Paralisados cerebrais competem na bocha paraolímpica. O objetivo principal do jogo é lançar bolas coloridas o mais perto possível de uma bola branca chamada de “jack” (no Brasil, seu nome é “bolim”). Para fazê-lo é permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para quem tem um grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Há três maneiras de se praticar o esporte. Na individual, dois atletas se enfrentam. Os confrontos também podem ser entre duas duplas ou trios.

Antes de a partida começar, o árbitro tira um cara ou coroa. Quem ganha, tem direito de escolher se quer competir com as bolas de couro vermelhas ou azuis. O lado que escolher as vermelhas inicia a disputa, jogando primeiro o “jack” e depois uma destas esferas. Em seguida, uma bola azul entra em ação. A partir de então, os adversários se revezam a cada lance para ver quem consegue posicionar suas bolas o mais perto possível do “jack”. As partidas ocorrem em quadras cobertas, planas e com demarcações no piso. A área do jogo mede 6m de largura por 12,5m de comprimento.

Para pontuar, o atleta tem de jogar a bola o mais próximo do “jack”. Quem consegue fazê-lo ganha um ponto. Caso este mesmo competidor tenha colocado outras esferas mais próximas do alvo, cada uma delas também vale um ponto. Se duas bolas de cores diferentes ficam à mesma distância da esfera branca, os dois lados recebem um ponto. Vence quem acumula a maior pontuação.

As partidas são divididas em partes, chamadas de “ends”, que só terminam após todas as esferas serem lançadas. Um limite de tempo é estabelecido por “end”, de acordo com o tipo de disputa. A contagem vai desde o momento que o árbitro indica quem fará o lance até quando a bola pára. Nas competições individuais, há quatro “ends” e ambos atletas jogam seis esferas em cada um deles. Nas duplas, os confrontos têm quatro partes e cada atleta tem direito a três bolas por período. Quando a disputa é por trios, nada menos que seis “ends” compõem as partidas. Neste caso, todos os competidores têm direito a duas esferas por parte do jogo.

Histórico

Nova Iorque-84. Esta foi a Paraolimpíada de estréia da bocha no programa paraolímpico oficial. Ocorreram confrontos no individual feminino e masculino. Por equipe, homens e mulheres uniam suas forças na luta pelo ouro. Nos Jogos de Seul, em 1988, só restaram as competições mistas tanto no individual como por equipe. A Paraolimpíada de Barcelona-92 seguiu as mesmas formas de disputa de 88. Em Atlanta-96, foi incluído o jogo de duplas. Em Sydney-2000, a bocha ocorreu como em 96. A primeira medalha paraolímpica brasileira veio no Lawn Bowls, que é um tipo de bocha sobre a grama. Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” ganharam uma prata em 1972, nos Jogos de Heidelberg, Alemanha.

FUTSAL

Modalidade exclusiva para atletas cegos ou deficientes visuais. Normalmente joga-se em uma quadra de futsal adaptada, mas desde os Jogos Paraolímpicos de Atenas, a modalidade também vem sendo praticada em campos de grama sintética. Somente o goleiro tem visão total e ele não pode ter atuado em competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia excessivamente do campo. Cada equipe é formada por cinco jogadores – um goleiro e quatro jogadores de linha e as partidas devem acontecer em locais em que não haja eco. A bola tem guizos internos para que os atletas a localizem. Por isso, a torcida deve permanecer em silêncio durante o jogo e só podem se manifestar no momento do gol. Eles jogam com uma venda nos olhos e tocar na venda é falta. Depois de cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro jogador. Há ainda um guia, o “chamador”, que fica atrás do gol, para orientar os jogadores, dizendo onde devem se posicionar em campo e para onde devem chutar. As partidas são jogadas em dois tempos de 25 minutos, com um intervalo de 10.


Classificação funcional

Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind = cego).

B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 e/ou campo visual inferior a 5 graus.

B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Da acuidade visual de 2/60 a acuidade visual de 6/60 e/ou campo visual de mais de 5 graus e menos de 20 graus.

Histórico

Há relatos da prática da modalidade desde a década de 50, no Brasil, quando cegos jogavam futebol com latas em suas instituições. Em 1978, durante as Olimpíadas das Apaes, em Natal, ocorreu o primeiro campeonato de futebol praticado por cegos. Em 81, a ANDE promoveu um torneio do esporte. No mesmo ano, Mário Sérgio Fontes e Venceslau Padilha organizaram o primeiro Campeonato Sul-brasileiro. A primeira Copa Brasil ocorreu em 84, na capital paulista.

Das quatro edições da Copa América, os brasileiros trouxeram três canecos: em 97, na capital paraguaia Assunção; em 2001, em Paulínia; e em 2003, na capital colombiana Bogotá – este título garantiu a seleção em Atenas. Só na edição de 99, em Buenos Aires, o título acabou com os donos da casa, por terem um melhor saldo de gols. Um fato significativo é que os argentinos jamais derrotaram a seleção nacional.

Em Paulínia, 1998, o País sediou o primeiro Mundial de futebol de 5. Em casa, a seleção mostrou seu poderio e se sagrou campeã do mundo. Dois anos depois, em Jerez De La Frontera, Espanha, a taça continuou sob o domínio brasileiro. Na terceira edição do torneio, no Rio de Janeiro, a seleção caiu na semifinal diante dos espanhóis, ficando em terceiro lugar. Desta vez, os argentinos foram os campeões. Atenas-2004 marca a estréia oficial do esporte em Jogos Paraolímpicos. As disputas serão somente no masculino.

FUTEBOL 7

Praticado somente por atletas homens com paralisia cerebral, com sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais. Segue as regras da FIFA, com adaptações feitas sob a responsabilidade da Associação Internacional de Esporte e Recreação para Paralisados Cerebrais (CP-ISRA). O campo tem no máximo 75m x 55m, com balizas de 5m x 2m e a marca do pênalti fica a 9,20m do centro da linha de gol. Cada equipe tem sete jogadores em campo (com o goleiro) e cinco reservas. A partida dura 60 minutos, divididos em dois tempos de 30, com intervalo de 15. Não há regra de impedimento e a cobrança da lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão. Todos os jogadores pertencem às classes menos afetadas pela paralisia cerebral, ou seja, são todos andantes.

Classificação funcional

Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de comprometimento de cada um. Novamente, vale a regra de quanto maior a classe, menor o comprometimento físico do atleta. Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor e, em muitos casos, não conseguem correr. Assim, para esses atletas, a posição mais comum é a de goleiro. Vale lembrar que a paralisia cerebral compromete de variadas formas a capacidade motora dos atletas, mas, em cerca de 45% dos indivíduos, a capacidade intelectual não é comprometida.

Histórico

Associação Internacional de Esporte e Recreação de Paralisados Cerebrais (CP-ISRA) foi fundada em 1978, mesmo ano em que surgiu o futebol de 7 para pessoas com este tipo de deficiência. Edimburgo, Escócia, foi palco das primeiras partidas. A primeira Paraolimpíada em que a modalidade esteve presente foi em Nova Iorque, 1984. A partir daí, o emocionante esporte não deixou de fazer parte dos Jogos.

Ivaldo Brandão introduziu o futebol de 7 no País em 1989, no Rio de Janeiro. Em Barcelona-92, o Brasil estreou em Jogos Paraolímpicos e ficou em sexto lugar no geral. A Paraolimpíada de Atlanta-96 foi quando a seleção teve sua pior campanha, pois foi a última em seu grupo e a penúltima na classificação geral. Sydney-2000 foi o auge da modalidade no Brasil. Na Austrália, a campanha da seleção começou com um empate: 2 a 2 com a Rússia. O segundo jogo da primeira fase foi contra a Espanha. Outro empate: 1 a 1. Precisando vencer para ir à semifinal, os brasileiros não tomaram conhecimento dos donos da casa e fizeram 4 a 0. Com esta performance, a equipe nacional encarou a Ucrânia. Após um acirrado confronto, mais um empate: 1 a 1 no tempo normal. Na prorrogação, os ucranianos marcaram 1 a 0. Com a derrota, os meninos pegaram Portugal na disputa pelo terceiro lugar. De virada, deu Brasil: 2 a 1. Este pódio significou a inédita medalha do País num esporte coletivo.

GOALBALL
O goalball, ao contrário de outras modalidades paraolímpicas, foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência – no caso, a visual. A modalidade, uma das que mais atrai público, é disputada em uma quadra com as mesmas dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). As partidas duram 20 minutos, com dois tempos de 10. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. Nas duas extremidades da quadra há um gol com nove metros de largura e 1,2 de altura. Os três atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso tem de ser rasteiro com o objetivo de balançar a rede adversária. 

A bola possui guizo em seu interior que emite sons – há furos que permitem a passagem do som – para que os jogadores possam saber a direção dela (é um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva). Exatamente por esse motivo, não pode haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo. Caso contrário, não é possível ouvir o som emitido pelo guizo. Ainda sobre a bola, ela tem 76cm de diâmetro e 1,25 kg de peso. Sua cor alaranjada e seu tamanho são semelhantes à de basquete. Este esporte é praticado em 112 países, nos cinco continentes. Como é possível perceber, o goalball tem duas coisas que o brasileiro gosta: bola e gol.

Histórico

O esporte foi inventado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, com o intuito de reabilitar veteranos da Segunda Guerra Mundial que ficaram cegos. Por ser muito emocionante, o goalball se difundiu rapidamente pelo planeta. A primeira participação paraolímpica da modalidade foi nos Jogos de Toronto, 1976, em caráter de exibição. Competiram sete equipes masculinas. Dois anos depois, foi organizado o primeiro Campeonato Mundial de Goalball, na Áustria. Na Paraolimpíada de Arnhem-80, o esporte passou a integrar o programa paraolímpico. Em 82, a modalidade passou a ser gerenciada pela Federação Internacional de Esportes para Cegos-IBSA. Os primeiros Jogos que contaram com as mulheres ocorreram em Nova Iorque-84.

Um marco para o goalball nacional foi em 1985, quando o professor Steve Dubner trouxe para o Brasil a idéia do jogo. No ano seguinte, Mário Sérgio Fontes foi para o Mundial da modalidade, na Holanda. De lá, trazia o esporte em si. Inicialmente, o Clube de Apoio ao Deficiente Visual-CADEVI e a Associação de Deficientes Visuais do Paraná-ADEVIPAR receberam as primeiras partidas. Em 87, ocorreu o inédito campeonato brasileiro da modalidade. Entre os homens, o maior feito internacional foi a prata conquistada no Parapan de 1995, disputado em Buenos Aires. Na Carolina do Sul, em 2001, as mulheres ganharam o bronze parapan-americano, enquanto a seleção masculina ficou em quarto lugar. Entretanto, esta não foi a maior conquista da seleção feminina. Em 2003, as jogadoras brasileiras se sagraram vice-campeãs no Mundial da IBSA, disputado em Quebec, Canadá. Com isso, pela primeira vez, o País se classificou para uma edição dos Jogos Paraolímpicos – no caso, Atenas-2004.

JUDÔ

Modalidade exclusiva para cegos ou deficientes visuais. As disputas respeitam as mesmas regras do judô convencional. A vitória pode se dar por “ippon” ou por três diferentes pontuações: o “wazari”, o “yuko” e o “koka”. Há algumas diferenças básicas para o judô convencional: os lutadores iniciam a luta já com a pegada estabelecida, a luta é interrompida quando os jogadores perdem o contato total um do outro, o atleta não pode ser punido ao sair da área de luta e o atleta cego total é identificado com um círculo vermelho de 7 cm nas duas mangas do quimono. A organização do judô paraolímpico é feita pela IBSA – International Blind Sport Federation, que rege o esporte em consonância com a IJF – International Judo Federation e o IPC – International Paralympic Committee.


Classificação funcional

Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind = cego). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação.

B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.

B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.

B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.
Histórico

Esta arte marcial foi a primeira modalidade de origem asiática a entrar no programa paraolímpico. Desde a década de 70 há o conhecimento desta prática esportiva. A estréia em paraolimpíadas foi em 1988, na capital sul-coreana Seul. Na ocasião, só os homens deficientes visuais lutavam. Esta constante seguiu intacta em Barcelona, Atlanta e Sydney. Os Jogos Paraolímpicos de Atenas-2004 marcam a entrada das mulheres nos tatames paraolímpicas. A entidade responsável pelo esporte é a Federação Internacional de Esportes para Cegos, fundada em Paris, em 1981.

Assim como no resto do mundo, a década de 70 marcou o princípio do judô no Brasil. Em 1987, houve a primeira saída dos judocas brasileiros para uma competição internacional. Era o Torneio de Paris. Desde quando o esporte passou a fazer parte dos Jogos Paraolímpicos, o País demonstra ser uma das maiores potências do planeta. Já em Seul-88, Jaime de Oliveira (categoria até 60kg), Júlio Silva (até 65kg) e Leonel Cunha (acima de 95kg) conquistaram a medalha de bronze. Com tais resultados, esta arte marcial de origem japonesa passou a ser a quarta modalidade brasileira a subir no pódio paraolímpico – Lawn Bowls, Atletismo e Natação são as outras. Atlanta-96 tem um significado especial para o judô paraolímpico nacional. Isso porque foi a Paraolimpíada na qual Antônio Tenório da Silva ganhou o ouro na categoria até 86kg. Em Sydney, Tenório voltou a ser campeão paraolímpico. Desta vez, na categoria até 90kg. Entre as mulheres, um feito marcante foi a conquista do Mundial da IBSA, em 2003, por Karla Cardoso (até 48kg), o que lhe garantiu vaga em Atenas. Danielle Bernardes (até 57kg) ganhou o bronze e também carimbou seu passaporte para a Grécia e a equipe feminina do País foi vice-campeã do mundo.

NATAÇÃO

Características : 
Competem atletas com todos os tipos de deficiência - física e visual – em provas que vão de 50m a 400m no estilo livre, e 50m e 100m no estilo peito, costas e borboleta. O medley é disputado em provas de 150m e 200m. As provas são divididas em masculinas e femininas e as regras são do IPC Swimming, organismo responsável pela natação no Comitê Paraolímpico Internacional. As adaptações, em especial, são com relação às largadas, viradas e chegadas. Os nadadores cegos recebem um aviso do “tapper”, através de um bastão com uma ponta de espuma, quando estão se aproximando das bordas. A largada pode ser feita da água, no caso de atletas das classes mais baixas, que não conseguem ficar no bloco. As baterias são separadas de acordo com o grau e tipo de deficiência.
Classificação funcional

O atleta é submetido a equipe de classificação, que procederá a análise de resíduo musculares, por meio de testes de força muscular; mobilidade articular e testes motores (realizados dentro da água). Vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor o número do atleta. As classes sempre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito, SB, e o medley, SM.

S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10 – nadadores com limitações físico-motoras
S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13 – nadadores com deficiências visuais (a classificação neste caso é a mesma do judô e futebol de cinco).

S14, SB14, SM14 – nadadores com deficiências mentais.

Histórico

Desde a primeira Paraolimpíada, em Roma, 1960, a natação está presente no programa oficial de competições. Na história paraolímpica, homens e mulheres sempre estiveram nas piscinas na luta pelos melhores tempos. Assim como o atletismo, a modalidade atrai grandes públicos e um expressivo número de atletas.

Entre as 106 medalhas do Brasil nos Jogos, nada menos que 39 (36%) vieram das conquistas da natação. Este histórico vitorioso foi iniciado em Stoke Mandeville-84, com um ouro, cinco pratas e um bronze. Nos Jogos Paraolímpicos de Seul-88, as piscinas renderam ao País um ouro, uma prata e sete bronzes. Na Paraolimpíada de Barcelona, o esporte obteve três bronzes. Em Atlanta-96, a performance foi exatamente igual à de Seul. Sydney marcou o melhor desempenho da natação, que trouxe um ouro, seis pratas e quatro bronzes para o Brasil.

TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS

O tênis em cadeira de rodas foi criado em 1976, nos Estados Unidos, por Jeff Minnenbraker e Brad Parks. Eles construíram as primeiras cadeiras adaptadas para o jogo e difundiram em seu país. Em 1977 teve o primeiro torneio pioneiro, em Griffith Park, na Califórnia. O primeiro campeonato nacional nos EUA aconteceu em 1980. Oito anos depois, foi fundada a Federação Internacional de Tênis em Cadeira de Rodas (IWTF).

Em 1988, a modalidade foi exibida nos Jogos Paraolímpicos de Seul. Em 1991, a entidade foi incorporada à Federação Internacional de Tênis (ITF), que hoje é a responsável pela administração, regras e desenvolvimento do esporte em nível global. Barcelona (1992), foi o marco para o tênis em cadeira de rodas, pois passou a valer medalhas. Desde então homens e mulheres disputam medalhas nas quadras em duplas ou individual.

O primeiro tenista brasileiro em cadeira de rodas foi José Carlos Morais, em 1985. José Carlos conheceu o esporte quando foi à Inglaterra competir pela seleção nacional de Basquete em Cadeira de Rodas. O Brasil estreou nos Jogos Paraolímpicos, em Atlanta (1996), com Morais novamente como pioneiro e Francisco Reis Junior. Na Paraolimpíadas de Atenas (2004), Mauricio Pommê e Carlos Santos, o Jordan, representaram o país.
Classificação

O único requisito para que uma pessoa possa competir em cadeira de rodas é ter sido medicamente diagnosticada uma deficiência relacionada com a locomoção, em outras palavras, deve ter total ou substancial perda funcional de uma ou mais partes extremas do corpo. Se como resultado dessa limitação funcional a pessoa for incapaz de participar de competições de tênis convencionais (para pessoas sem deficiência física), deslocando-se na quadra com velocidade adequada, estará credenciada para participar dos torneios de tênis para cadeirantes.

TÊNIS DE MESA


O tênis de mesa é um dos mais tradicionais esportes paraolímpicos, disputado desde os Jogos de Roma tanto no masculino quanto no feminino. Todas as edições dos Jogos Paraolímpicos tiveram disputas da modalidade. Com o passar dos anos, ocorreram algumas mudanças. Desde os Jogos de Roma (1960) até o Tel Aviv, em 1968, eram disputadas partidas no individual e em duplas. Em Heidelberg (1972) começaram as disputas por equipes. Toronto (1976) e Arnhem (1980), só tiveram disputas de jogos simples e por equipe. O open entrou no calendário paraolímpico oficial nos Jogos de 1984 e em Seul (1988). Em Barcelona (1992), as disputas passaram a ser apenas no individual e por equipe. Já em Atenas, também teve disputa de duplas.

A história do tênis de mesa no Brasil se confunde com a do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), pois a modalidade começou com a fundação do Comitê, em 1995. O país é representado nos Jogos Paraolímpicos desde Atlanta (1996). Os mesatenistas Francisco Eugênio Braga, Luiz Algacir e Maria Luiza Pereira foram os pioneiros na competição. Em Sydney (2000), participaram dos Jogos Anita Sutil, Carlo Di Franco (o Carluxo), Lucas Maciel e Luiz Algacir.


Em 2003 o CPB organizou o Parapan de Tênis de Mesa, em Brasília. Os mesatenistas Cristovam Jaques, Iranildo Espíndola, Ivanildo Freitas e Luiz Algacir carimbaram seus passaportes para Atenas ao vencer o torneio continental. A prata de Roberto Alves garantiu sua participação na Grécia. Entre os deficientes mentais, Lucas Maciel foi o representante brasileiro, cuja vaga veio com a oitava colocação no Mundial do México de 2003, que reunia atletas com esse tipo de deficiência. Nos Jogos Parapan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007, o Brasil foi campeão geral da modalidade com 26 medalhas, sendo 11 de ouro, sete de prata e oito de bronze.

No tênis de mesa participam atletas do sexo masculino e feminino com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas entre atletas andantes e cadeirantes. Os jogos podem ser individuais, em duplas ou por equipes. As partidas consistem em uma melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta para facilitar o jogo. A instituição responsável pela modalidade é a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF). Em relação ao tênis de mesa convencional existem apenas algumas diferenças nas regras, como na hora do saque para a categoria cadeirante. No Brasil, a modalidade é organizada pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).

Classificação

Os atletas são divididos em onze classes distintas. Mais uma vez, segue a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete.


* TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes

* TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes

* TT11 - atletas andantes com deficiência mental


2ºPERÍODO

HISTÓRIA DA ANATOMIA

"Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi
sobre o cadáver desconhecido,
lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas,
cresceu embalado pela fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou.
Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens.
Por certo amou e foi amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e
sentiu saudades dos outros que partiram.
Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer,
sem que tivesse uma só prece.
Seu nome, só Deus sabe.
Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade.
A humanidade que por ele passou indiferente"

(Rokitansky, 1876).

O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da escola hipocrática descobriu a anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação. Aristóteles mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmas, que provavelmente eram figuras baseadas na dissecação animal. No século III A.C., o estudo da anatomia avançou consideravelmente na Alexandria. Muitas descobertas lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os primeiros que realizaram dissecações humanas de modo sistemático. A partir do ano 150 A..C. a dissecação humana foi de novo proibida por razões éticas e religiosas. O conhecimento anatômico sobre o corpo humano continuou no mundo helenístico, porém só se conhecia através das dissecações em animais. No século II D.C., Galeno dissecou quase tudo, macacos e porcos, aplicando depois os resultados obtidos na anatomia humana, quase sempre corretamente; contudo, alguns erros foram inevitáveis devido à impossibilidade de confirmar os achados em cadáveres humanos. Galeno desenvolveu assim mesmo a doutrina da "causa final", um sistema teológico que requeria que todos os achados confirmassem a fisiologia tal e qual ele a compreendia.

No século XVII foram efetuadas notáveis descobertas no campo da anatomia e da fisiologia humana. Francis Glisson (1597-1677) descreveu em detalhes o fígado, o estômago e o intestino. Apesar de seus pontos de vista sobre a biologia serem basicamente aristotélicos, teve também concepções modernas, como a que se refere aos impulsos nervosos responsáveis pelo esvaziamento da vesícula biliar.

Thomas Wharton (1614-1673) deu um grande passo ao ultrapassar a velha e comum idéia de que o cérebro era uma glândula que secretava muco (sem dúvida, continuou acreditando que as lágrimas se originavam ali). Wharton descreveu as características diferenciais das glândulas digestivas, linfáticas e sexuais. O conduto de evacuação da glândula salivar submandibular conhece-se como conduto de Wharton. Uma importante contribuição foi distinguir entre glândulas de secreção interna (chamadas hoje endócrinas), cujo produto cai no sangue, e as glândulas de secreção externa (exócrinas), que descarregam nas cavidades.

Niels Steenson, em 1611, estabeleceu a diferença entre esse tipo de glândula e os nódulos linfáticos (que recebiam o nome de glândula apesar de não fazer parte do sistema). Considerava que as lágrimas provinham do cérebro. A nova concepção dos sistemas de transporte do organismo que se obteve graças às contribuições de muitos investigadores ajudou a resolver os erros da fisiologia galênica referentes à produção de sangue.

Gasparo Aselli (1581-1626) descobriu que após a ingestão abundante de comida o peritônio e o intestino de um cachorro se cobriam de umas fibras brancas que, ao serem seccionadas, extravasavam um líquido esbranquiçado. Tratava-se dos capilares quilíferos. Até a época de Harvey se pensava que a respiração estimulava o coração para produzir espíritos vitais no ventrículo direito. Harvey, porém, demonstrou que o sangue nos pulmões mudava de venoso para arterial, mas desconhecia as bases desta transformação. A explicação da função respiratória levou muitos anos, mas durante o século XVII foram dados passos importantes para seu esclarecimento.

Robert Hook (1635-1703) demonstrou que um animal podia sobreviver também sem movimento pulmonar se inflássemos ar nos pulmões.

Richard Lower (1631-1691) foi o primeiro a realizar transfusão direta de sangue, demonstrando a diferença de cor entre o sangue arterial e o venoso, a qual se devia ao constato com o ar dos pulmões.

John Mayow (1640-1679) afirmou que a vermelhidão do sangue venoso se devia à extração de alguma substância do ar. Chegou à conclusão de que o processo respiratório não era mais que um intercâmbio de gases do ar e do sangue; este cedia o espírito nitroaéreo e ganhava os vapores produzidos pelo sangue.

Em 1664 Thomas Willis (1621-1675) publicou De Anatomi Cerebri (ilustrado por Christopher Wren e Richard Lower), sem dúvida o compêndio mais detalhado sobre o sistema nervoso. Seus estudos anatômicos ligaram seu nome ao círculo das artérias da base do cérebro, ao décimo primeiro par craniano e também a um determinado tipo de surdez. Contudo, sua obsessão em localizar no nível anatômico os processos mentais o fez chegar a conclusões equívocas; entre elas, que o cérebro controlava os movimentos do coração, pulmões, estômago e intestinos e que o corpo caloso era assunto da imaginação.

A partir de então, o desenvolvimento da anatomia acelerou-se. Berengario da Carpi estudou o apêndice e o timo, e Bartolomeu Eustáquio os canais auditivos. A nova anatomia do Renascimento exigiu a revisão da ciência. O inglês William Harvey, educado em Pádua, combinou a tradição anatômica italiana com a ciência experimental que nascia na Inglaterra. Seu livro a respeito, publicado em 1628, trata de anatomia e fisiologia. Ao lado de problemas de dissecação e descrição de órgãos isolados, estuda a mecânica da circulação do sangue, comparando o corpo humano a uma máquina hidráulica. O aperfeiçoamento do microscópio (por Leeuwenhoek) ajudou Marcello Malpighi a provar a teoria de Harvey, sobre a circulação do sangue, e também a descobrir a estrutura mais íntima de muitos órgãos. Introduzia-se, assim, o estudo microscópico da anatomia. Gabriele Aselli punha em evidência os vasos linfáticos; Bernardino Genga falava, então, em “anatomia cirúrgica”.

Nos séculos XVIII e XIX, o estudo cada vês pormenorizado das técnicas operatórias levou à subdivisão da anatomia, dando-se muita importância à anatomia topográfica. O estudo anatômico-clínico do cadáver, como meio mais seguro de estudar as alterações provocadas pela doença, foi introduzido por Giovan Battista Morgani. Surgia a anatomia patológica, que permitiu grandes descobertas no campo da patologia celular, por Rudolf Virchow, e dos agentes responsáveis por doenças infecciosas, por Pasteur e Koch.

Recentemente, a anatomia tornou-se submicroscópica. A fisiologia, a bioquímica, a microscopia eletônica e positrônica, as técnicas de difração com raios X, aplicadas ao estudo das células, estão descrevendo suas estruturas íntimas em nível molecular.

Hoje em dia há a possibilidade de estudar anatomia mesmo em pessoas vivas, através de técnicas de imagem como a radiografia, a endoscopia, a angiografia, a tomografia axial computadorizada, a tomografia por emissão de positrões, a imagem de ressonância magnética nuclear, a ecografia, a termografia e outras.

CONCEITO DE ANATOMIA

No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados.Da menor até a maior dimensão de seus componentes, seis níveis de organização são relevantes para a compreensão da anatomia e fisiologia: os níveis químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e organísmico.
Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American Association of Anatomists:
Anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal.
Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas.

A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência.

Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras.

Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento.

A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos).
A Anatomia do Desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento.

A Anatomia Humana, a Anatomia Vegetal e a Anatomia Comparada também são especializações da anatomia. Na anatomia comparada faz-se o estudo comparativo da estrutura de diferentes animais (ou plantas) com o objetivo de verificar as relações entre eles, o que pode elucidar sobre aspectos da sua evolução.

CONSTITUIÇÃO DO CORPO


Nível Químico - Inclui os átomos (menores unidades de matéria que participam de reações químicas) e as moléculas (dois ou mais átomos ligados entre si).
Nível Celular - A união das moléculas formam as células. As células são as unidades básicas, estruturais e funcionais do corpo humano.
Nível Tecidual - Os tecidos são grupos de células e materiais em torno delas, que trabalham juntos para realizar uma determinada função celular. Existem quatro tipos básicos de tecidos, em seu corpo: tecido epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
Nível Orgânico - Os órgãos são estruturas compostas por dois ou mais tipos de tecido diferentes. Eles têm funções específicas e, usualmente,têm formas reconhecíveis.
Nível Sistêmico - Um sistema consiste em órgãos relacionados que têm a mesma função.

Nível Organísmico - É o maior nível organizacional. O organismo é um indivíduo vivo. Todas as partes do corpo, funcionando umas com as outras, constituem o organismo total – uma pessoa viva.





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